Criado por Anchieta Acacio

2024-02-22 12:13:54

A Neuralink é uma startup que desenvolve implantes cerebrais que podem se comunicar com dispositivos eletrônicos, como computadores e celulares, usando apenas o pensamento. O objetivo é ajudar pessoas com deficiências motoras, doenças neurológicas ou transtornos mentais a recuperar ou melhorar suas funções cognitivas e físicas.

O implante da Neuralink, chamado de Telepatia, possui um chip que processa e transmite sinais neurais que podem ser transmitidos para dispositivos como computadores ou telefones. A startup espera que uma pessoa com deficiência possa controlar um mouse, teclado ou enviar uma mensagem de texto através dos seus pensamentos1.

O chip é instalado na parede interna do crânio por um neurocirurgião, usando um robô-cirurgião da Neuralink. O que entra mesmo no cérebro são 64 filamentos, mais finos que um fio de cabelo, bem flexíveis, com 16 eletrodos cada. Os filamentos são inseridos no cérebro por um robô-cirurgião da Neuralink2.

Os eletrodos captam os sinais elétricos dos neurônios, que são as células nervosas responsáveis pelo processamento de informações no cérebro. Esses sinais são enviados para o chip, que os decodifica e os envia para um aplicativo da Neuralink no celular, via Bluetooth. O aplicativo, por sua vez, pode controlar outros dispositivos eletrônicos, de acordo com os desejos do paciente.

Quais são os benefícios e os riscos do chip cerebral da Neuralink?

Os benefícios do chip cerebral da Neuralink são potencialmente enormes, especialmente para pessoas que sofrem de paralisia, esclerose lateral amiotrófica (ELA), Parkinson, Alzheimer, depressão, ansiedade, entre outras condições que afetam o cérebro. O chip poderia restaurar ou melhorar a capacidade de se comunicar, se movimentar, aprender, memorizar, se divertir e se expressar.

Além disso, o chip poderia abrir novas possibilidades de interação entre humanos e máquinas, ampliando as fronteiras da inteligência artificial, da realidade virtual, da educação, do entretenimento, da arte e da ciência.

No entanto, o chip cerebral da Neuralink também envolve riscos e desafios, tanto técnicos quanto éticos. Alguns dos riscos técnicos são:

• A cirurgia de implantação do chip pode causar infecções, sangramentos, danos cerebrais ou rejeição do corpo.
• O chip pode se deslocar, quebrar ou falhar, comprometendo o funcionamento do cérebro ou causando efeitos colaterais indesejados.
• O chip pode ser hackeado, roubado, manipulado ou usado para fins maliciosos, violando a privacidade, a segurança e a autonomia do paciente.

Alguns dos desafios éticos são:

• A regulamentação e a fiscalização do uso do chip, garantindo que ele seja seguro, eficaz, acessível e respeite os direitos humanos.
• A definição dos limites e das responsabilidades do uso do chip, evitando abusos, coerções, discriminações ou desigualdades.
• A preservação da identidade, da personalidade, da dignidade e da humanidade do paciente, evitando a perda de controle, de sentido ou de valor.

Qual é o estágio atual do desenvolvimento do chip cerebral da Neuralink?

A Neuralink foi fundada em 2016 por Elon Musk, que também é o fundador da Tesla, da SpaceX e da Boring Company. A empresa tem sede em São Francisco, nos Estados Unidos, e conta com cerca de 100 funcionários, entre engenheiros, neurocientistas, médicos e pesquisadores.

A Neuralink já realizou testes pré-clínicos com animais, como ratos, macacos e porcos, demonstrando a capacidade do chip de captar e transmitir sinais neurais. Em 2020, a empresa apresentou o caso de Gertrude, uma porca que tinha um chip implantado no cérebro há dois meses e que podia controlar um videogame com o nariz3.

Em janeiro de 2024, a Neuralink realizou o seu primeiro implante de chip em um cérebro humano, depois de receber aprovação para o recrutamento de testes em humanos em setembro de 2023. O primeiro paciente humano foi uma pessoa com tetraplegia decorrente de lesão da medula espinhal cervical. Segundo Musk, o paciente se recuperou bem e conseguiu controlar um mouse de computador usando seus pensamentos4.

A Neuralink pretende realizar mais implantes em humanos nos próximos anos, ampliando o número de voluntários, as aplicações e as funcionalidades do chip. A empresa também planeja desenvolver chips mais avançados, menores, sem fio e com mais eletrodos. A visão de longo prazo de Musk é que o chip possa alcançar a telepatia, a fusão entre humanos e máquinas e a superação da inteligência artificial.

Conclusão

O chip cerebral da Neuralink é uma tecnologia inovadora e revolucionária, que pode trazer benefícios extraordinários para a humanidade, mas também riscos e desafios significativos. É preciso acompanhar o desenvolvimento do chip com atenção, rigor, cautela e ética, garantindo que ele seja usado para o bem, para o progresso e para o respeito à vida.